«ARREPENDO-ME ATÉ HOJE DE TER SAÍDO DO FC PORTO»


Uma década depois de ter deixado o FC Porto, ‘bigorna’ continua a alimentar falatório no Brasil, muitas vezes julgado pelo peso, ele que prometeu ser um caso sério em Portugal. Aos 32 anos não se dá por vencido, sonha jogar num grande do futebol brasileiro. Atento aos dragões, rende-se a Evanilson e aplaude Villas-Boas como potencial presidente.

 

- Aos 32 anos como está o Walter, após passagem curta pelo Amazonas. O que aconteceu e o que esperar nos próximos tempos?

 

- Arrependo-me de ter saído do Santa Cruz. As coisas aconteceram, o presidente falou-me uma coisa, o que aconteceu foi outra. Vi muita bagunça, um clube sem estrutura. Felizmente, por onde passei sempre houve estrutura, campo para treinar, academia. Estou trabalhando, esperando arranjar uma equipa no mês que vem, seguir adiante e terminar o ano a jogar.

 

- Recentemente, mais um vídeo seu a treinar tornou-se viral. Como enfrenta os comentários depreciativos feitos por alguns sobre os seus quilos a mais?

 

- A minha vida toda tive sempre essa cobrança. Até em Portugal tive esse problema de peso, um tormento constante. Mas eu nunca perdi o foco, trabalhando e calando a boca de muita gente. Estou grato a Deus por onde cheguei e por onde posso chegar ainda. Vai fazer quase dois meses que não jogo, tive uma lesão e quando estava perto de voltar decidi sair. A parte física não está a 100 por cento, estou a dar no duro.

 

- Como olha para a carreira, para o que ficou para trás? E ainda há algo para conquistar com o futebol nestes próximos anos?

 

- Tenho, garantidamente, mais cinco anos de futebol, tenho muito para dar. Sei que posso conseguir chegar a um nível alto, isso pela minha qualidade. Estou focado em ter cinco anos de bom nível, chegar novamente à Série A e atuar por uma grande equipa. Quando penso positivo as coisas acontecem.

 

- Recuando agora bastante a cassete. A Europa para si resumiu-se ao FC Porto, uma bela época e meia, já lá vão largos anos (2010 a 2011). Como foi essa chegada a Portugal, o primeiro contacto?

 

- Arrependi-me muito de ter saído antes de ter acabado a Libertadores, pois o Internacional saiu vencedor. Valia a pena esperar um pouquinho para jogar a final. Joguei até aos quartos, depois vim para Portugal. De qualquer modo foi uma experiência fabulosa, era um moleque, a jogar na maior força de Portugal e uma das maiores da Europa. Estava a cumprir o objetivo de todos os jogadores, realizei o meu sonho, fiquei muito grato. Fiz tudo muito bem. No meu primeiro ano havia Falcao, que rebentou! No segundo não estive tão bem e falhei jogos por lesão. E depois lá se meteram mais uma coisas na minha cabeça. A minha filha nasceu prematura, eu decidi cuidar dela no Brasil, bati o pé para voltar. Voltei para jogar no Cruzeiro e não devia ter voltado, uma decisão errada, podia ter resolvido os problemas em Portugal. O FC Porto queria que ficasse, os adeptos também. Eu escolhi, foi decisão minha, arrependo-me até hoje. Do FC Porto ficaram as memórias de três golos que faço no primeiro jogo como titular, da minha estreia no Dragão, do jogo do Benfica do 5-0. Há muitas histórias bonitas, tudo o que vivemos em redor da final da Liga Europa, toda a festa. Foi tudo bom de mais.

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